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quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Máquinas de putaria e vitrines da morte

- Vamos caminhar um pouco pra ver a cidade?
- É claro! O dia está ótimo.

Respondi com vontade de dar um rolê porque o dia tava bonito mesmo: 6 graus de temperatura, mas com bastante sol e bem agradável.

Aí você pega uma maçã, se veste e vai caminhar com sua esposa, aproveitando e conhecendo tudo.
Casas, prédios, carrões, cachorros de raça que não latem (até agora, não escutei UM latido...certeza que eles cortam as cÓrdas vÓcais dos cachÓrros), gente correndo, casais passeando, parques, jardins – típica cena europeia...tudo isso a gente vê por aqui.

Daí, ao passar na frente de uma escola – isso mesmo, uma ES-CO-LA – você repara em duas coisas que são muito estranhas pra um favelado de terceiro mundo como eu:

   Em primeiro lugar no ranking vem a loja de caixões, com uma vitrine vasta de caixões brancos, lindos e novos e urnas pra você colocar ~o pó do seu ente querido~.  Vários modelos de urnas, com cores, tamanhos e formatos diferentes...tem pra todo mundo – é só chegar, freguesia! 
Pra mim, só faltou a placa na frente “Morra hoje, pague amanhã!” pra fechar negócio na hora!  Meio freak e um pouco “fora de lugar” pra mim, mas OK...vida que segue!

MAS CALMA, isso não foi suficiente pra estar na frente da escola!


   Do outro lado da calçada da escola, tinha uma máquina de cigarros com uns 20 tipos de cigarros à disposição.  Tipo aquelas máquinas de salgadinho automáticas, manja?  Você  enfia as moedas e aperta um botão e TCHARÃ! O câncer cai na portinha, lá, bonitinho! 

Até aí, tudo beleza!  
No Brasil tem cigarro em qualquer padaria, boteco e mercado, em toda esquina...até nas bancas.  Mas do lado da máquina de cigarro tinha OUTRA MÁQUINA: a de artigos de Sex Shop – É ISSO MESMO! CÉQSI CHÓPI! 

Com direito a vibradores femininos para as atrevidas estudantes de ensino médio e vaginas vibratórias de borracha para os alvoroçados rapazotes da escola!   
Justo!

Olhaí a maquininha, que divertido!

 
Mais uma lição: a liberdade por aqui é tão grande, alguns assuntos são tão “comuns a todos” – como a morte e o sexo – que não incomoda ninguém, então não faz mal nenhum mostrar ou vender na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapê.  Não são tabus e ponto.

Porra, é claro que eles tem os tabus deles aqui: escovar os dentes na frente de outras pessoas é considerado falta de educação...falar dos tempos do Holocausto é correr risco de morte, enfim...

É isso ae, por hoje é isso porque esse papo tá ficando muito comprido!
Vou ali na esquina comprar uma perereca giratória automática e já volto...

Tchüss!

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