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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Uma saga: como foi que nós trouxemos dois gatos vira latas para a Alemanha



Nem sei se a pergunta é “como”, hoje eu me pergunto mesmo “porque eu trouxe essas pragas?”.

A verdade é que a gente tem responsabilidade, mais do que “amor aos bichos”.  Não temos filhos, mas é como se tivéssemos com eles.  O Gatin tá com a gente desde 2012 e a Margot desde 2014...não seria justo deixá-los.  Ok, tudo muito bem explicado...a questão é que querer trazer e conseguir trazer são coisas beem diferentes.

Antes do passo a passo você precisa entender três coisas simples:

A primeira é: esteja pelo menos 5 meses adiantado à viagem para a emissão de toda a documentação; ou seja, vai levar seus pets com você, tipo, em 10/4 pra fora do Brasil?  Comece a correr atrás de tudo no começo de Novembro.  Perdeu esse timing, começa a complicar, porque os bichos têm que ficar uns dias “em observação” após a vacina para colher exame e até sair laudo e tudo mais...é enrolado e pode dar merda!

A segunda é: tenha $$$dinheiro$$$ em caixa para fazer acontecer.  Coisas de animais não são baratas e cada visitinha no médico é uma paulada!  Sem falar de vacina, kennel, transporte no avião e panz!

A terceira é: toda vez que você ler isso “NOTA: Guarde esse documento como se fosse a sua vida.”, acredite em mim.

Então o passo a passo foi assim:

1) Procurar um veterinário que tenha experiência com esse tipo de transporte. 
A Lais encontrou o Dr. Roberto, que é o dono da Clínica RMM na Aclimação em São Paulo.  O Dr. Roberto é de uma família de veterinários, tem bastante experiência, já mandou um monte de bicho pra várias partes do mundo e nos orientou sempre – RECOMENDO!  Se quiser saber mais sobre ele, o site é http://clinicaveterinaria.com.br/ e o endereço da clínica é Av. Lins de Vasconcelos 1797, Aclimação, São Paulo. Perto do "A Chapa"!
O Dr. Roberto não é barato mas é seguro – “cada escolha, uma renúncia, isso é a vidaaa”.  Não vai achando que é levar os bichos no Jão da avícola da esquina que os bichos vão entrar de buenas na Zoropa porque não vai rolar.
Eu também indico a Dra. Kátia da clínica Bichos e Caprichos, que fica na Av. Capitão Casa 378 na Vila Jerusalém.  Não achei site, mas o telefone é 11 43525461 – mas fale com a Dra. Kátia ou marque a consulta com ela porque ela manja e/ou sabe quem manja.

2) Chipar os gatos
Sim, eles tiveram que ser microchipados.  O médico vem com uma cânula bem fina e injeta um chip bem pequeno na nuca do gato.  Eles não sentem dor porque é muito rápido e muito pequeno.


Esse chip pode ser de várias tecnologias, mas normalmente é Transponder, que é o que 100% dos aeroportos usam para identificar os animais.  Depois de inserir, o médico nos deu uma ficha para cada um, com o número dos chips e um certificado de microchipagem.
NOTA: Guarde esse documento como se fosse a sua vida. 

Com esse chip, você tem acesso num site onde você edita informações do seu pet, pro caso dele se perder, por exemplo e alguém devolver o infeliz para alguma autoridade...sei lá.  E o interessante sobre o chip é que as vezes ele pode migrar...por exemplo, o médico colocou na nuca, mas o leitor reconhece no abdome, por exemplo...não aconteceu com as nossas pragas, mas pode acontecer com o seu.
Cada chip foi cerca de R$450,00.

 I told you...

3) A carteira de vacinação e a vacina anti-rábica
A gente já tinha vacinado os gatos antes do chip, eles tinham uma “carteira de vacinação” até que mais atualizada que a minha, mas tivemos que vacinar de novo porque a partir da microchipagem, toda vacina fica registrada no chip e o que se fez antes não vale nada.  Então o médico chipou e vacinou em seguida – e lá se vai mais dinheeeeeiro! 
A vacina que a rede pública oferece no Brasil não serve neste caso, porque é preciso colar no cartão de vacina o lote, as informações do fabricante e dos componentes da vacina.  É um adesivo que o médico cola, data e assina em cima.  Esse adesivo só vem nas embalagens da Pfizer e demais fabricantes renomados...na rede pública, eles te dão um cartão dizendo que o bicho tá imune e panz...não serve.  Esse adesivo vai ser utilizado daqui a pouco.
Sabe a carteira de vacinacão?  Garanta que todos os dados estão corretos: nome do animal, data de nascimento, proprietário e tudo mais.

NOTA: Guarde esse documento como se fosse a sua vida. 

Carteira feita, adesivo colado.  Vamos em frente.

4) Sorologia
É preciso no mínimo dar um espaço de 30 dias pra fazer esse exame, a contar da data da vacina.
Essa foi a pior etapa de todas.  Depois de 30 dias da data da vacina, voltamos à clínica do Dr. Roberto para fazer um “exame de sangue” nos demônios.  Foi traumático!

O médico não precisa do sangue, propriamente dito, pro exame, mas apenas do soro.  Daí ele tem que tirar o sangue, colocar numa centrífuga e ele utiliza só a “água” que fica em cima da ampola para mandar pro laboratório: essa água é o soro. 

Pra tirar o sangue, ele chamou um assistente e eu.  Segurando os gatos, um de cada vez, ele raspou uma parte pequena da perna da frente do bicho e enfiou a agulha..aí foi um rebosteio só!  O Gatin mordeu o médico, virou Jiraya! Parecia o Taz no consultório! 

 
Eu nunca tinha visto ele daquele jeito.
  
Daí que se o bicho tá nervoso, a pressão aumenta e o soro, mesmo depois de centrifugado, fica turvo de sangue e não pode ser utilizado no exame.  Resultado: tivemos que ir num laboratório próximo pra uma médica especialista tirar o sangue deles.

A Lais não foi, então era eu, a Margot e o Gatin, e o assistente do Dr. Roberto.  Sentei e esperei chamar.  Chamou, entraram na sala a médica, uma assistente da médica, o assistente do Dr. Roberto, eu e os gatos.  
A médica me disse que tiraria o sangue da jugular dos gatos (ISSO! DO fucking PESCOÇO DOS GATOS!).  Perguntei a ela seu poderia filmar e ela deixou \o/
Não vou postar aqui porque é mei triste /o\
 
Ni qui os assistentes seguram o gato, a médica mantém uma seringa com uma agulha bem fina nos lábios dela mesma (tipo um canudo, manja?).  Ela apalpa o pescoço do Gatin até achar a artéria e zás! Põe a agulha com cuidado na jugular do bicho.  Como um milagre, o sangue jorra pra dentro da agulha e em cerca de 10 segundos ela termina. Ele nem chorou e eu fiquei lá, filmando, com dó e com cara de besta.


Aí foi a Margot.  Mesmo processo e talz.  Só que a Margot tem um terço do tamanho do Gatin, ela é pequena pra caramba...quando a médica colocou a seringa, o sangue não saiu :(
Aí não tinha jeito...a médica tinha que mexer a agulha até que acertasse no local onde o sangue saísse, e enquanto ela mexia a agulha, a Margot chorava e tentava se mexer COM A FUCKING AGULHA CRAVADA NO PESCOÇO!   

Poutz, eu fiquei em pânico e agradecido pela Lais não ter ido!  Mas terminou que não durou 30 segundos, achou logo a veia, tirou o sangue e pronto. 

Daí ela foi e centrifugou e tava bem limpinho! Dava pra usar no exame!

Voltamos no Dr. Roberto.  Ele preencheu um formulário bem detalhado com TODOS os dados do gato (chip, cor, idade, nome, número e série, CPF do gato, nome da tia do gato, etc etc), da vacina que foi aplicada (ele copia do cartão de vacina o lote, o fabricante, a data de validade e a composição da vacina), e só o nome do proprietário (colocamos no nome da Lais).  Ele confere com a gente e panz.

A coleta ele faz, mas o exame é feito (era, pelo menos) por apenas um laboratório no Brasil, que fica em SP.  A lista de laboratórios habilitados pela União Européia fica nesse site: http://ec.europa.eu/food/animal/liveanimals/pets/approval_en.htm
 
Um mês depois ele nos ligou e disse que o exame foi satisfatório.  Em alguns casos, não é, daí precisa vacinar de novo e fazer o exame de novo.  E pagar de novo!

Fomos a clínica e pegamos o laudo do exame de titulação de anticorpos neutralizantes para a raiva.
NOTA: Guarde esse documento como se fosse a sua vida. 

O exame custou R$600,00 por animal. 

Agora você precisa ter a data da sua viagem marcada.

5) A Vigilância Sanitária e a marcação da data

Todos os aeroportos internacionais no Brasil têm uma sala da Vigiagro, que é o órgão do Ministério da Agricultura que fiscaliza entrada, saída e passagem de animais, plantas e etc no Brasil.  Nós viajaríamos no dia 3/1/2016, um domingo, do aeroporto de Guarulhos, e chegaríamos em Hannover na Alemanha na tarde do dia 4/1/2016, segunda-feira.

No site do aeroporto de Guarulhos achamos o telefone do Vigiagro (Sigla de “Vigilância Agropecuária”).  Aí, cerca de 25 dias antes da viagem, a Lais começou a ligar pra marcar.  Quer dizer, a tentar ligar.   

Eles não atendem o telefone porque serviço público no Brasil é issae...depois de 3 horas tentando sem parar, a Lais conseguiu marcar – e ainda teve que brigar, porque eles querem que você marque, tipo, dez dias antes...como achávamos muito em cima da hora, inventamos lá uma desculpa e conseguimos uma data: 30/12/2015.

O ministério emite um documento chamado CZI: Controle de Zoonoses Internacional.  O CZI válido por 5 dias – só 5 dias! – a partir da data de emissão.  A gente tinha um problema, então, porque eles emitiriam o documento com data de 30/12 e eu entraria na Alemanha no dia 4/1 – 5 dias corridos.  Alguém poderia encrencar com a gente por causa disso.  Mas também não tinha muito o que fazer...31/12 era véspera de feriado (Vigiagro só até meio dia), 1/1 feriado (Vigiagro não abre), 2 e 3/1 era sábado e domingo (Vigiagro não abre) então ou era com data de 30/12 mesmo ou não era e ponto.

Além disso, vale o lembrete: só pode emitir o CZI depois de 90 dias a contar da data da coleta do sangue para a sorologia.

6) O atestado de saúde

Com a data marcada no Vigiagro, fomos ao médico de novo com toda a documentação (carteira de vacinação, certificado de microchipagem e laudo do exame) de cada gato.  O médico examinou os gatos, deu um vermífugo e passou um anti-pulgas e emitiu um atestado de saúde pra cada bicho.  Com bastante cuidado ao preencher, pra deixar tudo certinho, ele nos deu o atestado de saúde assinado e datado com a data do dia 30/1.
Sabe esse atestado de saúde?  Ele vale por 72 horas para que você possa apresentá-lo ao Vigiagro.  Sem choro, negão!

NOTA: Guarde esse documento como se fosse a sua vida. 

7) A ida no Vigiagro: emissão do CZI

30/1 as 9h40m no terminal 3 do aeroporto de Guarulhos, atrás da Casa do Pão de Queijo.  Estávamos lá, a Lais e eu.


Os gatos não precisaram ir.  Levamos todos os documentos dos gatos.  Prestenção: carteira de vacinacão, certificado de microchipagem, laudo do exame e atestado de saúde MAIS duas cópias simples de cada documento.  Imagina a pasta!

Nos atenderam.  A menina confere tudo e pede pra preencher um formulário lá.  Tudo certo e preenchido, cópias em mãos, ela confere tudo e diz:

- OK, podem vir buscar amanhã até meio dia.

A gente morava em SBC e teve que ir na quarta-feira, 30/12 pro aeroporto.  Agora ela queria que a gente voltasse pra Guarulhos no dia 31/12, véspera de ano novo, até o meio dia!
É sacanagem, né?  Não, não era.  
A gente até pediu pra esperar, mas era 10h e ela disse que podia ser que às 16h estivesse pronto...mas sem garantias.  Daí voltamos pra casa.

No dia seguinte, estávamos lá e nos deram o CZI assinado.


É um documento mega complexo em portugês, inglês e alemão (pro caso da União Européia, não sei como é pra outros países).  Nele, tem todos os dados dos bichos, das vacinas, dos exames e várias assinaturas do médico veterinário homologado pelo ministério da Agricultura.  A data do documento era 30/12 com validade de 5 dias.

Sabe o CZI?
NOTA: Guarde esse documento como se fosse a sua vida. 

8) O kennel, um dossiê e o dia da viagem

Nossa decisão foi de despachar os bichos pro porão, porque foi uma decisão racional e não emocional.  

O voo de SP pra Munique é longo, são 12 horas!  Imagina se o Gatin faz cocô lá e começa a feder ou se a Margot desata a miar no meio da madrugada...!  
Não queríamos incomodar ninguém.

Além disso, a gente se informou com a companhia aérea sobre o compartimento para eles no porão.  A Lufthansa do Brasil nunca teve sequer um caso de extravio de animais despachados!  O local onde eles ficam no porão é pressurizado e climatizado, além de ter luz baixa pra deixá-los mais calmos.  Porra, a Lufthansa carrega até os cavalos das Olimpíadas...daí ficamos bem mais tranquilos!

Compramos uma caixa de transporte pra cada gato.  A caixa tem que ser grande suficiente pro animal ficar em pé sobre as quatro patas e se virar confortavelmente.  A caixa era tipo essa:


Essas caixas ficaram abertas em casa por quase dois meses para eles se acostumarem e isso deu certo!  Compramos um tapete absorvente pra colar no fundo e forramos com um cobertor que era deles.  

Colamos etiquetas de “This side Up!” e “Living Animals!” no topo e por fora da caixa. 

Pegamos dois sacos plásticos herméticos (sabe aqueles de cozinha, onde cabe tipo uma maçã dentro e tem um fecho hermético?) e colocamos dentro uma cópia de cada documento (carteira de vacinacão, certificado de microchipagem, laudo do exame e atestado de saúde e CZI), um papel com todos os dados dos vôos e destino final, os dados da Lais e mais uma foto de cada gato.  Fechamos e fixamos o saco plástico na alça da caixa.  Vai que o bicho se solta da caixa e some?  Ou vai que se extravia a bagagem...ali, pelo menos, tinha tudo que seria necessário caso ocorresse algum problema no transporte porque nós não teríamos acesso a eles até o último aeroporto.

O Dr. Roberto tinha pedido pra eles ficarem de jejum por 12 horas antes do voo.  Nosso voo era as 19h.  Acordamos cedo e deixamos comer, demos petiscos e panz e retiramos a comida...a partir daí foi só água mineral e água de coco.  Meia hora antes de sair de casa, minha irmã e a Lais pegaram os gatos e deram uma xícara de café de água de coco para cada um – seguindo as recomendações do Dr. Roberto.

Colocamos os gatos cada um na sua caixa e fomos pro aeroporto, sem lacrar ainda.

Lá, no guichê de despacho, a companhia aérea pesou as caixas e mediu as dimensões.  Daí o atendente nos deu um papel e pediu que fôssemos pagar pelo despacho no balcão de compra.   
O custo de despacho foi US$200,00 por gato.

 Eu, no aeroporto.

Dinheirama paga, voltamos pro guichê e o atendente identifica as caixas, cola etiquetas de “carga frágil” e talz.  A Lais lacrou as caixas com aqueles lacres de plástico (eu chamo de “engasga gato”), colocando um lacre em cada ponta da porta da caixa, de maneira que seria impossível que os gatos arrebentassem a porta e fugissem.  A caixa tem buraquinhos específicos pra isso perto da porta.   

Não colocamos água nem comida dentro da caixa porque o Dr. Roberto disse que não era necessário.   

Daí o atendente nos pediu pra despachar os bichos manualmente numa área de “despacho de bagagem sensível” do aeroporto de Guarulhos.  Ele também me disse que em momento algum os gatos passariam por esteiras automáticas...todo o transporte deles seria manual, até a entrega final para o proprietário.
E aí eu os entreguei pro funcionário do aeroporto e eles se foram.  Nós só os veríamos de novo na tarde do próximo dia, sem saber o estado em que se encontrariam – ou mesmo se estariam vivos!


 A Lais no aeroporto.

8) Durante os vôos

Nós saímos de São Paulo no dia 3/1 as 19h e de lá fomos pra Munique, pra pegar um outro voo pra Hannover.  Chegaríamos em Hannover às 13h do dia 4/1.  Não teríamos contato com as bagagens e, portanto, com os gatos – era esperar pra chegar em Hannover.

Tanto no voo de SP pra Munique quanto no de Munique pra Hannover, eu pedi pra tripulação certificar-se com o capitão de que havia dois animais vivos no porão e pedi pra regular a luz e a temperatura pra eles.  A tripulação falava com o capitão na nossa frente e dizia que estava tudo certo.  Um dos comissários até me disse:

- Eu falei com o pessoal da bagagem e os gatos estão felizes lá embaixo!

Isso nos deixou mais tranquilos durante os voos.

9) A chegada no aeroporto final e entrega das pestes

Dez minutos depois que chegamos na esteira das malas, nossas malas já estavam conosco.  Mas os gatos não!   
Todo mundo já tinha retirado as malas e ficamos eu e a Lais na área de retirada de bagagens esperando que alguém nos trouxesse os corpos mortos-gelados-sem vida dos gatos.  Mas não foi isso que aconteceu!
 
Abriram uma porta lá e um senhor colocou as duas caixas de transporte no chão.  Com os gatos devidamente vivos e muito bem, obrigado!
O Gatin tinha mijado na caixa, mas pareciam bem sim...nem tão assustados eles estavam.  Foi um alívio ver que estavam bem e estavam ali com a gente.

Percebemos que os lacres de plástico haviam sido removidos e havia uma etiqueta amarela de inspeção em Munique.  Ou seja, alguém cortou os lacres e abriu as caixas deles – e provavelmente os retirou e panz – no aeroporto anterior.  Como todas as documentacões originais estavam com a gente mas cópias estavam nos dossiês atrelados nas caixas, eles devem ter ficado satisfeitos com as cópias apenas, porque ninguém nos pediu documento algum deles no aeroporto de Hannover.

A foto abaixo é da caixa da Margot com o dossiê e todas as etiquetas.  Repare na etiqueta amarela: essa foi colocada pela vigilância de Munique.

 
Daí foi pegar um táxi e ir pra casa!  Com gato e tudo!
Simples e barato né?

 Então eu copiei (e adaptei levemente...hahaha) o timeline que a Debora, do site www.pequenosmonstros.com, criou e espero que ela não fique puta da vida comigo por ter copiado aqui:


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O que quase deu errado...

A carteira de vacinação do Gatin era de 2012 e na época o nome dele era Diego.   
Quando mudamos o nome dele pra Gatin, a menina da clínica onde a gente levava pra vacinar passou branquinho no “Diego” e escreveu na frente “Gatin”.  Até aí, beleza!  Quem é que saberia que o bicho ia se internacionalizar três anos depois?  

A merda é que a rasura poderia ter sido questionada no Ministério da Agricultura, porque é um documento oficial original rasurado...e aí é o seguinte:

Não dava pra “descolar a etiqueta” da vacina anti-rábica  dessa carteira e fazer uma outra porque a gente ficou com medo de rasgar a etiqueta ou aparecer aqueles “violado” manja?  E os dados e data da vacina que estava na carteira tinha que bater com a data do exame que tinha sido feito e continha todos os dados da vacina, manja?  Era um problemáásssso!

O que a gente fez foi emitir uma declaração no nome do proprietário – no caso, no nome da Lais –, com todos os dados, inclusive o número do chip do Gatin, declarando que a rasura havia sido feita às vistas do proprietário e por pedido do mesmo.  Daí a Lais assinou “em testemunho da verdade”, reconhecemos firma e pedimos pro Dr. Roberto assinar como “médico atual do animal” e pra Dra. Kátia assinar como “responsável pela clínica que efetuou a rasura”.  Eles foram super legais, assinaram, dataram e carimbaram com o CRM-V deles e ficamos “protegidos”. 

Na hora, o Ministério nem falou nada, mas poderia ter dado errado e ele poderia não ter vindo por causa de uma rasura de branquinho...


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Dicas:

Não sabe quando o bicho nasceu?  É fácil, pergunta pra mãe dele!  


Besta, faz assim: coloque uma data “mais ou menos” e mantenha essa data em todos os documentos.  E quando chegar nessa data, compre um bolo da Sodiê e cante parabéns pro seu bichinho porque né!...

Achou tudo caro? Eu também.  Por isso a gente se planejou e juntou dinheiro pra fazer tudo.  Deve ter ficado bem uns 3,5 pau pros dois, com tudo.  É caro sim!

Se o proprietário na carteira de vacinação é a Dona Chica, é a Dona Chica que deve constar nos outros documentos como proprietária: certificado de microchipagem, CZI, exame, etc.  Alguns documentos, como o laudo do exame, não trazem informação nenhuma do proprietário, apenas o nome.  Assegure-se que está tudo batendo.

Os links são:
A clínica do Dr. Roberto: http://clinicaveterinaria.com.br/

Desculpe pelo post enorme.  Espero que isso ajude alguém que queira levar os pets pra viajar!
Aqui, toma essa pêra de presente.


Tschüss!

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