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segunda-feira, 22 de maio de 2017

Sobre desgraçar a vida do brasileiro

Eu estou morando na Alemanha desde janeiro de 2016 e, antes disso, já tinha viajado por motivos de trabalho para cá - se não me engano, a primeira vez que vim para cá foi em 2014 - e também viajei à lazer para outros lugares dentro e fora do Brasil.  Posso dizer, portanto, que acumulei alguma experiência, ainda que pouca, no sentido de conhecer outras culturas e outras modos de vida, desde o relacionamento entre família que muda muito de um lugar para outro, até a vida em sociedade e tipos de governo (tipo aquela doideira no Reino Unido).

Aprendi, depois de alguns tropeços, que um dos maiores clichês que todo mundo fala também é uma  das maior verdades: "Não existe certo ou errado, apenas o diferente."

A gente é tudo um tipo de bicho estranho que ainda foi pouco estudado.  Eu, por exemplo, sou um belo exemplar da nossa espécie - muito embora alguns amigos me digam que um dia a nave mãe vem me buscar pra levar de volta pro planeta de onde eu vim, o que eu respeito... - então vou tomar minha experiência por base.  A gente nasce e a maioria de nós cresce num local familiar ou no seio familiar, com valores que vão sendo incutidos na gente, formando a noção do que está certo e errado e, a partir disso, a gente vai aprendendo sobre outros lugares, a gente vai viajando e se desgarrando e inevitavelmente, vai comparando a verdade dos outros com a nossa.  É a velha história de que a grama a do vizinho é mais verde que a minha.

Depois de um ano e meio fora do Brasil, tive que aprender a parar de tentar comparar o que é bom aqui e ruim no Brasil, e vice versa.  Não apenas porque isso é feio, mas porque isso ia me matando aos poucos, porque tem tanta coisa legal por aqui na Europa e me parece muito egoísta eu apenas virar e falar "ah lá! Tá vendo? é por isso que eu detesto o Brasil!", pelo simples fato de que não estou fazendo absolutamente nada para mudar a realidade do local de onde eu vim.  
Dia desses tive um pequeno desentendimento com minha professora de alemão porque ela insistia nas comparações entre os bávaros alemães-super ricos-poderosos e os canarinhos brasileiros nanicos e desnutridos.  Ela insistia nas desgraçadas comparações não porque tinha prazer nisso (eu acho!) mas porque precisava ensinar comparativos e superlativos.  MAS TUDO TEM LIMITE! Chegou num ponto em que eu deixei claro em alto e ruim alemão: 
"Aqui tudo é lindo mas o clima e as pessoas são uma droga."
...
~respira~
...
"Desculpa, fêssora!" :/

O que quero dizer é simples: música clássica é música, sertanejo country também são tipos de música, funk é música, rock é música e até a extinta banda Calypso é música (ou não, né?).  Tudo é um tipo diferente da mesma coisa e aí entra o seu gosto, aquilo que você gosta e o que não gosta.  Nada disso significa, porém, que o gosto de outro está errado - a não ser que o outro goste de Calypso, aí sim, esta pessoa está errada...
Eu aprendi que existem mil maneiras diferentes de fazer a mesma coisa.

E, motivado por vídeos no Facebook de uma turma que vive na gringa e fica comparando as coisas com o Brasil, resolvi escrever isso.  Também porque sei que ninguém vai ler, mas até aí tudo bem.

O Brasil não é pobre, é apenas muito mal administrado.  Muita gente é desonesta e a gente "meio que nasce" aprendendo que se fizer o certo, é idiota, porque desde Cabral que aqui todo mundo rouba.  Dinheiro no Brasil não é um problema.  Estamos mais no nível da pobreza cívica e cultural.  É só isso e não abro mão de pensar dessa maneira, mas daí os idiotas que têm a SORTE de conseguir uma oportunidade fora do Brasil e a DUPLA SORTE de conseguir um emprego e a TRIPLA SORTE de superar barreiras como idioma e clima, ficarem ostentando pra galera no Brasil se sentir ainda mais desgraçada é inadimissível.  

Porra, nosso povo sofre tanto!  É imposto, convênio médico, escola particular, transporte público precário, um trânsito caótico...basta a realidade cotidiana brasileira pra se frustrar!  Daí me vem idiotas que falam "olha só, brasileiro babaca, o quilo da picanha aqui em Miami é barateeenho! seo trouuxa!"...AH VÁ PRA PUTA QUE O PARIU, né tio?  Sair do país pra ficar desgraçando-o não tem graça nenhuma e além do mais, acho que quem faz isso é como a mulher que apanha do marido mas não o larga nem por decreto.

Era só isso. Tô melhor agora.

Desculpa o post longo.  Aceite essa cerveja alemã como pedido de desculpas:


Tschüss!

terça-feira, 2 de maio de 2017

O retorno dos Jedi

Tâmo na área de novo, galero!
Depois de mais de um ano sem postar nem uma vírgula, resolvi voltar a ativa e continuar escrevendo.

Pode comemorar!


A verdade é que desanimei um pouco e o tempo foi apertando. Aula de alemão, trampo, tudo junto me deixou meio enrolado e acabei deixando o blog pra depois.  Decidi voltar - mas vocês conhecem a regra: o blog é meu e se eu decidir parar de novo, eu paro :)

Eu estou com várias ideias pra escrever aqui, desde todas as coisas simples do dia-a-dia na Alemanha, até as viagens que fiz no ano passado e nesse ano: rolou até uma trip meia inesperada para a Índia! Para a fucking Índia, galero!

Ganesha é um dos deuses mais venerados na Índia.
É um corpo humano com cabeça de elefante e quatro braços, montado num rato.
Essa fotenha é do WikiPedia :)

Eu vou escrever também um post sobre o mercado porque eu sou gordo e adoro conhecer os mercados nas cidades que visito.  Os daqui são muito interessantes e dá um post legal.

Por agora, é isso.
Basta dizer que muuita coisa aconteceu de um ano pra cá e tive experiências que certamente dão para um livro:

  • andei de cruzeiro - eu, que passo mal de andar de ônibus :(
  • fui pra Varsóvia, pra Mumbai, pra Liverpool
  • rompi o ligamento do joelho esquiando
  • comprei um cigarro elétrico
  • fiz amigos novos
  • recebi a família do Brasil aqui na Alemanha, fizemos um Natal doido com mais de 15 pessoas aqui em casa
  • trabalhei muuuito
  • tirei carteira de motorista
  • fui na Oktoberfest
  • perdi alguns vôos
  • e por aí vai...
Acredite, tem muita história pra contar!


Até depois!
Tschüss!